sexta-feira, 29 de abril de 2016

SISTEMA PENITENCIÁRIO ENTRA EM COLAPSO E AGENTES ESTÃO AMEAÇADOS DE MORTE

Valdemiro participou do programa Ceará News/Foto: Layanna Vasconcelos
Valdemiro participou do programa Ceará News/Foto: Layanna Vasconcelos
“A situação é dramática, virou um caos”. A denúncia é do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Ceará, Valdemiro  Barbosa, se referindo à  situação atual das unidades carcerárias cearenses, que abrigam cerca de 23 mil detentos em situação de risco pela superlotação, falta de segurança e higiene e domínio de organizações criminosas como o PCC e o Comando Vermelho.
Em  entrevista exclusiva e ao vivo no programa “Ceará News”, na Rede Plus FM,  ele revelou a forma como o Estado deixou o Sistema Penitenciário cearense, em completo estado de descontrole. Hoje, segundo ele, todas as Casas de Privação Provisória da Liberdade (as CPPLs), penitenciárias, presídios e 1339 cadeias públicas do Interior apresentam excedente de 100 por cento de internos.
A situação é caótica nas CPPLS. Exemplo disso é a de número quatro (CPPL 4), onde estão aproximadamente 2 mil presos, quando sua capacidade real de acomodação não passa de 950 detentos.  Já no recém criado Centro de Triagem Criminológica, instalado num dos pavilhões do Presídio do Carrapicho, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF),  estão amontoados nas celas cerca de 550 presos, num local onde só comporta 250.
Ele revela, ainda, que todas as cadeias públicas interioranas passam pela mesma situação de superlotação, insegurança e violência. Citou as de Juazeiro,Sobral, Canindé, Crateús e Quixadá. “A situação de abandono é tão grande que os agentes têm que tirar dinheiro do próprio bolso para comprar água para os presos senão a cadeia estoura (se rebela)”, denuncia.
Ameaças
O sindicalista afirma também que, por conta da situação dramática do Sistema Penal, diante da omissão do Governo do Estado através da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), os agentes penitenciários deixaram de ter o controle das “ruas” (galerias) onde estão dispostas as celas. “Eles sofrem ameaças dos presos. Estão jurados de morte e a secretária (Sejus) o que faz?! Apenas transfere-os para outra unidade do Sistema”, conclui.
Por FERNANDO RIBEIRO 

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